Um pé no vagão


Durante uma incursão na cidade, um pé no vagão, em direção ao subúrbio, sustenta um corpo e leva uma vida para lugar qualquer.

Quem saberá, além da dona, para onde levará esse pé a vida que sobre ele repousa. Será que sente dor? Será que suporta órgãos sadios? Por quantos anos tem suportado e por quantos ainda suportará  o corpo que é seu senhor?

Um polegar distante, alheio aos problemas e felicidades dos demais dedos, parece dizer "deixe comigo este lado, que dele sou capaz". E certamente o é.

Ao pé da transeunte anônima, um louvor por tanta bravura!

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